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segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

um casal discutindo aqui na rua, o homem falou algumas
palavras em tom de braveza e virou as costas, a mulher 
tentou segurar o braço dele, ele deu um supetão e foi embora, 
saiu andando em direção à avenida principal, a mulher andou 
em direção contraria. Ela olhou para trás três vezes, talvez esperando 
que ele também olhasse, mas ele, nenhuma. Ela estava com um tom
choroso em suas feições, ele parecia firme, mas só parecia, mais a frente, 
no cruzamento entre a avenida principal e a rua que estávamos, ficamos 
lado a lado esperando o semáforo de pedestre nos liberar a passagem. 
Observei que ele estava chorando, pensei, esse rapaz segurou essa pose 
de firme e insensível frente a pessoa amada, para chorar aqui do meu lado, 
ao lado de todos aqui na rua, todos olhando para ele. Atravessamos, nos perdemos 
de vista, eu fiquei no ponto de ônibus, ele continuou andando, parece até história de 
filme clichê, mas é só a vida mesmo. O cara estava com uniforme das lojas americanas, 
a menina estava com uniforme de vendedora de chip da vivo, eram nove e meia da noite,
onze de setembro, de dois mil e sempre. É triste ver essas coisas, mas acontecem a todos
os momentos por aí, por ruas que a gente não passa
.

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